segunda-feira, 30 de março de 2009
Um Bacalhau à Gomes de Sá e Três Vinhos
No último sábado em que estivemos por lá almoçando, provamos três vinhos distintos, tentando encontrar aquele que casasse harmoniosamente com aquela combinação mágica de lascas de bacalhau, rodelas de batatas e cebolas douradas, enfeitadas com azeitonas pretas, salsinha picada e outros que tais, tudo regado com o melhor azeite de Portugal.
O primeiro foi um branco de vinhedos da Campanha Gaúcha. Era um Sauvignon Blanc da Fortaleza do Seival da Vinícola Miolo. Vinho jovem, safra 2008, com o frescor característico da variedade e bastante frutado. Gosto de maçã, melão e ligeiramente cítrico. Acidez equilibrada e retrogosto agradável e fugidio.
O segundo foi o vinho tinto português mais consumido no mundo e a marca de vinho de mesa mais antiga de Portugal, era um Periquita safra 2004. Vinho da Península de Setúbal, elaborado com 79% de uva Castelão, 10,5% Trincadeira e 10,5% Aragonês. A cor é rubi-escuro. Aroma frutado, notas de baunilha, morangos, rosas e violetas. Na boca é macio, redondo, equilibrado e corpo médio. Vinho que imediatamente provoca os sentidos, talvez pelo conteúdo da garrafa, talvez por associações maliciosas que seu nome suscita. A temperatura de serviço recomendada pela Vinícola José Maria da Fonseca é de 12-16ºC e convem seguir esta indicação, pois o vinho pode perder muito de suas características quando fora destes limites.
O terceiro foi o vinho da casa, há muito aprovado por sua clientela fiel e por visitantes eventuais. Era o Tre Fradei, significa Três Irmãos em dialeto Vêneto, um corte de 70% Cabernet Sauvignon e 30%Merlot, produzido pela Vinícola Valmarino de Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha. Também é um vinho macio, redondo equilibrado, porem é conveniente refrescá-lo ligeiramente, principalmente neste início de outono, que inicia com calor e seca.
Difícil e desnecessária escolha, afinal todos casaram muito bem com a comida e a experiência de provar e comparar vinhos ao longo do almoço em companhia de bons amigos, é que terminou revelando-se como algo muito mais prazeroso e interessante.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Sangiovese
DOCG Brunello di Montalcino, Chianti, Chianti Classico, Carmignano, Vino Nobile di Montepulciano e Torgiano Rosso Riserva.
DOC Sangiovese di Romagna, Rosso Piceno, Rosso Conero, Riviera del Garda, Bardolino, Valpolicella, Colli di Faenza, Vin Santo di Montepulciano, Castelli Romani, Tarquinia, Solopaca, Gioia del Colle.
Na foto aparece um clone selecionado pela Cooperativa Rauscedo, espaldeira simples formada em cordão esporonado. cultivado em Bento Gonçalves (RS).
quarta-feira, 25 de março de 2009
Folha de Cabernet Sauvignon - Descrição Ampelográfica
segunda-feira, 23 de março de 2009
Arredores do lote 43 na Linha Leopoldina
clique sobre a imagem para ver ampliação.
Paisagem característica do Vale, com mata nativa sendo preservada no topo dos morros e nas áreas de maior declividade, os parreirais formados em locais com melhor exposição solar ou em manchas de solo mais profundo, filas de plátanos são plantadas nos limites de cada vinhedo, com grande predomínio do sistema de latada.
Oitenta da Leopoldina visto de Monte Belo do Sul
Vídeo do Oitenta da Leopoldina numa manhã de dezembro passado. O fusca desce a estrada em direção de Santa Teresa. A altitude do Vale diminui rapidamente e a diferença de cota altimétrica é de quase 600metros numa curta distância.
segunda-feira, 16 de março de 2009
Peverella Rosada
Produz cacho de tamanho grande, formato cilíndrico-cônico, medianamente compacto. A baga é de tamanho médio, forma esférica, cor rosada, polpa fundente e sabor neutro.
A brotação inicia em 10 de setembro e a floração ocorre no final de outubro. A maturação começa em meados de janeiro. É uva colhida na terceira época, já passando 20 de fevereiro. O ciclo de produção, entre brotação e colheita, é de 163 dias.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Recebimento de uva na Cantina Felix
Vídeo com o movimento de tratores na Vinícola Felix trazendo uvas recem colhidas, durante o pico da vindima, no final de fevereiro. As caixas coloridas seguem padronização estabelecida pelas vinícolas e trazem a identificação de cada produtor.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Peverella

Quando Lourenço Moro decidiu recuperar aquela área tomada pela capoeira, o mato crescendo forte em meio ao parreiral abandonado, não imaginava o que iria encontrar pela frente. Numa parte mais alta da encosta do morro, algumas parreiras resistiam e continuavam desenvolvendo-se mesmo depois de tantos anos. Para sua surpresa, entre alguns pés de Isabel, encontrou uma muda da esquecida Peverella, primeira variedade vinífera introduzida na serra e, que em tempos passados era cultivada por toda Santa Lúcia, produzindo vinhos muito apreciados. Deveria ter cerca de 80 anos, foi o que conseguiu descobrir conversando com vizinhos mais antigos. Cuidou bem daquela parreira naquele ano, no inverno selecionou as melhores varas para a produção de novas mudas. Finalmente preparou os garfos e enxertou sobre cavalos que havia plantado na primavera anterior.
Hoje o parreiral está formado, as mudas estão produzindo. São poucas, uma única fila junto a uma área de Cabernet Sauvignon. A quantidade, junto com outros vinhos, é suficiente para o consumo da família.
terça-feira, 3 de março de 2009
Oitenta da Leopoldina
Vista do Oitenta da Leopoldina em 26 de fevereiro de 2009. A numeração corresponde ao lote que cada familia recebia ao chegar no Brasil, durante o processo de colonização desta região. A Estrada da Leopoldina inicia no centro de Bento Gonçalves e atravessa todo Vale dos Vinhedos, terminando em Santa Teresa, quando ultrapassa o lote 120. A medida de cada colônia, ou unidade de terra era de 220 x 1.100m (24,2 ha). Hoje, 135 anos após o início deste processo, muitas propriedades foram subdivididas, e apenas algumas poucas familias conservam o lote original. Outras unidades de medida foram surgindo, como meia-colônia ou meia de meia. Na escrituração de terras, realizadas atualmente, ainda é referido o mapa original. Caminhando pela região entre parreirais, ou perdidos no meio do mato, podemos encontrar os marcos de pedra, que foram utilizados, para indicar os limites de cada gleba.
Casa de Pedra da Vinícola Felix


As iniciais de F.Félix e a data da construção da segunda parte da casa estão gravadas na pedra: 1915.

