Um almoço no Nonna Methilde

Bento Gonçalves possui afamados restaurantes, churrascarias e galeterias, Garibaldi também, Farroupilha idem, mas, sempre que posso, e por uma questão muito particular, prefiro mesmo é almoçar em Monte Belo do Sul. Aos domingos, a cozinha do Hotel Bruschi não funciona, a de João Razzia muito menos, codorna recheada, polenta e salada de radicci somente por encomenda, resta como única e triste opção, o sacrifício de almoçar no Nonna Methilde dos irmãos Manzoni. O restaurante foi instalado no antigo porão da casa da famiília. Pé direito de quase 6 metros, paredes mistas, uma parte inferior erguida com enormes pedras de basalto, e outra com tijolos rejuntados com fina camada de argamassa, as paredes são nuas, sem revestimento e a decoração é discreta, o que foi muito bem pensado, pois permite apreciar o trabalho e engenharia dos imigrantes que ergueram esta casa. No teto, enormes oitões rústicos seguram o assoalho da casa, a iluminação é adequada, um pouco escura como devem ser todos os porões. Ambiente aberto, arejado e espaçoso, as mesas estão dispostas em confortável distanciamento, e pode-se conversar tranquilamente.

Para quem freqüenta o local pela primeira vez, o menu é apresentado minuciosamente:

Entrada

Carne lessa e pien.

Queijo colonial e salame fatiado.

Pão

Sopa

Cappelletti, fabricação própria, tamanho miúdo e recheio verdadeiro.

Pratos Principais

Spaghetti ao molho vermelho.

Tortei acompanhado de tomates secos.

Frango assado e costelinha de porco.

Fortaia.

Polenta brustolata.

Sobremesas

Pudim e Sagu.

Os vinhos da casa derrubam qualquer preconceito contra os vinhos da casa, são servidos em cálices ou jarras. Diversas cantinas da região garantem o abastecimento e qualidade da adega, Cavalleri, Calza Jr. entre outras. Optamos por dois cálices de Moscato Giallo da Vinícola Batistello e estavam perfeitos para ocasião, pois estivemos a manhã inteira visitando cantinas da Linha Leopoldina, e por onde passamos, tivemos oportunidade de experimentar os excelentes tintos da região. Para quem preferir, a carta de vinhos sempre apresenta ótimas marcas de produtores do Vale dos Vinhedos.

O atendimento é muito tranqüilo, não existe o atropelo de todos os rodízios, é possivel comer com calma, tomar um gole de vinho sossegado, conversar e deixar o dia passar lentamente. Na saída do restaurante, há um pátio ensolarado com vista de montanhas e parreirais a perder de vista, é um bom lugar para tomar café ou algum licor depois da refeição.