El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

domingo, 24 de julho de 2011

Sempre um vinho do Porto



Nasci magro, ou melhor, meu peso era médio, minha configuração de chegada até que era normal, mas nasci com baixa aptidão de ganho de peso, minha taxa de conversão alimentar veio marcada com um redutor biológico, um opcional de fábrica que existia naquele tempo.Pode parecer interessante, atraente ou desejável para muitas pessoas, mas não no meu caso, nasci em uma família de campeões de concursos de robustez e sei que minha ossatura saliente sempre trouxe preocupações. Hoje, aceito e compreendo porque fui submetido a tantas dietas alimentares, programas de engorda e doses exageradas de fortificantes e complexos vitamínicos. Tudo em vão, nenhuma funcionou comigo, derrotei todas as fórmulas de fábricas de medicamentos, todos preparados de farmácias de manipulação, todas benzeduras e mandingas camufladas que tentaram empurrar durante a vida. Cresci magro e continuo mais ou menos assim anda hoje em dia.



Minha vó Júlia foi quem resolveu o assunto. “Tudo isso é bobagem, não vai funcionar” – disse, “só um vinho do Porto endireita este guri” - completou. Foi minha sorte, me livrei de pílulas, drágeas, concentrados ou emulsões intragáveis e passei a receber doses regulares do meu néctar preferido. Era bom, me lembro, um copinho antes de todo almoço, outrora... tinha um martelinho em frente ao meu prato, ficava bebericando o tônico do meu crescimento enquanto escolhia a composição do meu almoço, aprendi a comer com calma, já era slow e ainda nem sabia o que era isto.

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