El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

segunda-feira, 30 de março de 2009

Um Bacalhau à Gomes de Sá e Três Vinhos

Dizem que a receita foi criada por José Luis Gomes de Sá Jr., filho de um comerciante português, que decidiu trocar o atendimento de clientes no balcão da loja de seu pai, pelo manejo das panelas na cozinha do Restaurante Lisbonense, na cidade do Porto. Em Porto Alegre, esta cidade fundada por 40 casais de Açorianos 237 anos atrás, costumo comer este prato no Restaurante Porto, que o prepara com muito carinho e esmero, sempre aos sábados. O preço é atraente, a qualidade, o sabor e o gosto rivalizam com outras bacalhoadas de restaurantes da cidade. Localizado na Rua André da Rocha, no sopé da escadaria da antiga Rua da Fonte, a cozinha é dirigida pelo Mestre Antonio Magalhães, meu consultor particular para assuntos relacionados com a gastronomia lusitana.

No último sábado em que estivemos por lá almoçando, provamos três vinhos distintos, tentando encontrar aquele que casasse harmoniosamente com aquela combinação mágica de lascas de bacalhau, rodelas de batatas e cebolas douradas, enfeitadas com azeitonas pretas, salsinha picada e outros que tais, tudo regado com o melhor azeite de Portugal.

O primeiro foi um branco de vinhedos da Campanha Gaúcha. Era um Sauvignon Blanc da Fortaleza do Seival da Vinícola Miolo. Vinho jovem, safra 2008, com o frescor característico da variedade e bastante frutado. Gosto de maçã, melão e ligeiramente cítrico. Acidez equilibrada e retrogosto agradável e fugidio.

O segundo foi o vinho tinto português mais consumido no mundo e a marca de vinho de mesa mais antiga de Portugal, era um Periquita safra 2004. Vinho da Península de Setúbal, elaborado com 79% de uva Castelão, 10,5% Trincadeira e 10,5% Aragonês. A cor é rubi-escuro. Aroma frutado, notas de baunilha, morangos, rosas e violetas. Na boca é macio, redondo, equilibrado e corpo médio. Vinho que imediatamente provoca os sentidos, talvez pelo conteúdo da garrafa, talvez por associações maliciosas que seu nome suscita. A temperatura de serviço recomendada pela Vinícola José Maria da Fonseca é de 12-16ºC e convem seguir esta indicação, pois o vinho pode perder muito de suas características quando fora destes limites.

O terceiro foi o vinho da casa, há muito aprovado por sua clientela fiel e por visitantes eventuais. Era o Tre Fradei, significa Três Irmãos em dialeto Vêneto, um corte de 70% Cabernet Sauvignon e 30%Merlot, produzido pela Vinícola Valmarino de Pinto Bandeira, na Serra Gaúcha. Também é um vinho macio, redondo equilibrado, porem é conveniente refrescá-lo ligeiramente, principalmente neste início de outono, que inicia com calor e seca.

Difícil e desnecessária escolha, afinal todos casaram muito bem com a comida e a experiência de provar e comparar vinhos ao longo do almoço em companhia de bons amigos, é que terminou revelando-se como algo muito mais prazeroso e interessante.

3 comentários:

Anônimo disse...

O único senão é o de que não me avisaste a tempo!
Talvez no próximo eu possa dar o meu sim ou não...
Por enquanto não tenho opinião... só provando...
Boa sorte
Bjs

Liete Gick disse...

Pq saiu como anônimo?
It's me Lili

Walter Schumacher disse...

Pois então vou escolher outros vinhos para o próximo sábado...