El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Entre Paulistânias e Itaipavas

Voltei na quarta-feira porque tambem já estava na hora de voltar. Passei um carnaval como há muito não passava, um carnaval tranquilo e sossegado. Tirei férias dos vinhos, nada de tintos, brancos ou rosados, nem espumantes sequer tomei. Foram dias regados com Paulistânias, Itaipavas e muita água de coco. Começava o dia  ali mesmo na Praça do Coco, fica no coração do bairro universitário São Geraldo, em Campinas (SP), lugar de muita sombra, fizeram um deck de madeira com algumas mesas espalhadas debaixo do arvoredo, bom para conversar e deixar o tempo fluir. A criançada fica brincando na volta, tem muitos balanços e outros brinquedos, o chão é recoberto por um saibro muito claro, quase branco. O carnaval acontece na avenida, é festa popular de rua, os blocos se formam espontaneamente e vão atras de trios elétricos, quem quiser vai sambando junto.
Vila São João é um lugar muito especial, suas ruas são de chão batido, o asfalto foi proibido por decisão de seus moradores, as casas foram construidas com material de demolição: tijolos, pedras, telhas, aberturas, portas e janelas. Tudo é muito original e bem arrumado, uma simplicidade diferente que agrada a primeira vista.
Andei arrumando a casa, fiz pequenos reparos, alguns consrtos necessários. Pendurei quadros, troquei lâmpadas queimadas, estiqei cordas e puxei arames como sempre faço. Podei galhos e folhas de uma Ficus pumila de crescimento descontrolado, trouxe ela de volta ao pergolado. Arrumei canteiros, transplantei mudas, gostei de cavocar aquela terra vermelha.
E antes de cada almoço costumava molhar o bico  com uma cachacinha de Salinas incrementada com uma poção mágica de bagas de zimbro trazidas do sul, Wacholderschnaps como se diz em alemão, uma mistura de suave amargor capaz de produzir grandes expansões do espírito, uma fórmula secreta do mago Panoramix.  A meu pedido, o menu costumava ser, invariavelmente, finas fatias de presunto tender, arroz branco, farofa de biju, figo de Valinhos, lascas suculentas de manga rosa, salada de alface e rúcula preenchida com um punhado de tomate cereja, um lance esparso de orégano, sal, azeite y otras cositas mas.
E quando o sol baixava, nosso melhor programa era passear em torno do lago do parque da Unicamp, bonito com mata nativa e muitos bichos, capivaras, ratões do banhado, muitos pássaros e aves aquáticas. Tem uma pista sinalizada com marcação de distância percorrida, muita gente caminhando, correndo e fazendo alongamento, qualquer dia desses volto lá para marcar meus melhores tempos, acho que completo o percurso todo em 15 minutos com o coração em 150 bpm.
Não estava na programação, mas por força de hábito e ofício visitei algumas lojas de vinho. Empório Micheletti no Shopping Galeria e Empório Snata Therezinha no Dom Pedro. Boas lojas, muito vinho do Chile, Argentina e alguns bons vinhos de Portugal. Vi apenas três marcas de vinhos gauchos nas prateleiras: Pizzato, Miolo e Casa Valduga, não calculei, mas me pareceu que não ocupam mais de 5% do espaço. Os preços estão nivelados, não há praticamente diferença entre vinhos brasileiros e importados.

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