El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

domingo, 25 de julho de 2010

O mocotó do Via Wenceslau

Conheço quem viaja longe, atravessa a Assis Brasil inteira pulando de porta em porta, um sábado depois de outro, tudo na busca incessante pelo melhor mocotó da cidade. Pois ontem fui experimentar o mocotó do Via Wenceslau, um restaurante tradicional aqui do meu bairro, uma direção improvável no mapa gastronômico do inverno de Porto Alegre. Fica na avenida que leva este nome, a Escobar,  subindo ela, um pouco antes de chegar na Vila Conceição, lado contrário do enigmático portal da Almirante Delamare, bem na esquina com a rua Afonso Álvares. Não sei se é o melhor, mas é muito bom, um mocotó de lamber os beiços, como costumamos dizer. Completo, não falta nada, vem com tudo: coalheira, tripa grossa, tripa fina, tendão da pata, mondongo, linguiça mignon, feijão branco, ovo picado, salsa crespa e muito colágeno no caldo. Especial para quem passou dos quarenta, ajuda no reparo de juntas, protege articulações e rejuvenesce a pele. É proteina pura de alta digestibilidade, não pesa no estômago  Vem à mesa em terrinas de barro cozido, porção generosa, o suficiente para servir três pratos fundos, acompanha pão branco.
O vinho da casa mostra tipicidade, um assemblage com suave e discreto sabor vulpino de isabel,  frutas vermelhas da uva bordô, com cereja, framboesa, amora muito destacadas e coloração brilhante, um vermelho-rubi tendendo a púrpura emprestados da pica longa, esta tintórea injustiçada. Muito apreciado por toda clientela, é servido em copos tipo caldereta e vende muito bem por sinal.

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