El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Faisão a caçadora com cogumelos selvagens e pinhões


Com uma tesoura de bom corte, ou com uma faca bem afiada, divida o faisão em pedaços: coxas, sobre-coxas, asas, partes do peito e sambiqueira. Escolha uma caçarola de bom tamanho. O preparo é simples e relativamente rápido, deve-se levar em conta que caçadores são pessoas de alguma rusticidade e muita fome, principalmente quando retornam de suas incursões predatórias por trilhas de um bosque úmido, portanto, meio faisão por convidado, pode não ser suficiente.. Existem duas regras fundamentais para o preparo deste prato. A primeira delas é nunca utilizar água para o cozimento e, a segunda, é adicionar um vinho tinto encorpado, denso, coloração intensa e quase impenetrável. Comece fritando no azeite uma cebola média picada finamente, acrescente alho igualmente picado e logo em seguida as peças de faisão. Cuide para que fiquem uniformemente douradas, revirando-as de tempo em tempo. Na seqüência, vá adicionando o vinho, faça isto aos poucos, para que a carne possa absorver lentamente toda sua cor e todos seus aromas, é um cuidado indispensável. Alguns faisões costumam pedir mais vinho do que outros, isto depende muito das condições de criação ave, de sua alimentação, do seu estilo de vida e também do stress na hora do abate. Deve-se ir completando o nível do vinho até o amaciamento adequado. Finalmente adicione os pinhões pré-cozidos, descascados e cortados em pequenos discos e os cogumelos selvagens fatiados. Deixe cozinhar por mais cinco minutos e estará pronto. Batatas ao murro acompanham bem, pois realçam o aspecto primitivo do prato. Aipim cozido, com cobertura de toicinho salteado na manteiga, também é uma boa pedida.

 

Observação sobre cogumelos selvagens. Está na época, durante o outono-inverno surgem diversas espécies comestíveis em beiras de mato ou espalhados pelas pradarias. Prefiro espécies do gênero Clavaria, crescem próximo de raízes de eucaliptos. São meio alaranjados, tem o formato de um “galho” de couve-flor. Às vezes é comercializado nas bancas centrais do Mercado Público de Porto Alegre, conheço pessoas que viajam 200-300 km a sua procura, e voltam para casa com balaios de vime carregados. Existem diversas outras espécies, que são igualmente muito saborosas, mas procure orientação de alguém que os conheça perfeitamente, antes de começar experimentar cogumelos do campo.

 

Sal a gosto

Pimenta a gosto

 

Vinho para harmonizar com este prato: um bom Tannat.

Nenhum comentário: