El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

terça-feira, 12 de maio de 2009

O cerco das tainhas

60 traineiras estão posicionadas na desembocadura da Laguna dos Patos aguardando o dia 15 de maio, data de liberação da pesca industrial da tainha, Mugil platanus. Com a diminuição dos cardumes de sardinha, Sardinella brasiliensis, este peixe tão tradicional de nossa gastronomia costeira tornou-se alvo preferencial da indústria pesqueira. Entrando o outono, inicia-se o período de migração reprodutiva, grandes cardumes deixam a laguna e começam uma longa viagem por nosso litoral. Sobrevive a pesca artesanal, a pesca de tarrafa, a pesca coletiva de arrastão, mas todas vêm sofrendo um decréscimo acentuado nos últimos anos.

Nas peixarias do Mercado Público de Porto Alegre elas estão sendo anunciadas com preços convidativos, já chegou tainha de Laguna (SC), mas a de Cabo Frio, que é um pouco mais graúda ainda demora a aparecer. Os restaurantes tradicionais e os novos restaurantes que surgiram nos altos do mercado se esmeram no preparo de suas receitas, é o principal peixe da estação. Última moda é a Tainha assada em telha de barro, servida com guarnição de folhas verdes, arroz, pirão e alguns pedaços de limão Taiti para pingar o sumo por cima.

Não é triste ver, mas a grande maioria das pessoas prefere pedir cerveja para acompanhar este prato, é só uma constatação. Triste é não encontrar um vinho adequado em quase todos estes restaurantes, é uma injustiça e uma insensatez praticada contra esta musa de nosso outono.

É um peixe de águas temperadas, esta M.platanus vive somente aqui, no lado ocidental do Atlântico Sul, sendo pescada desde a Argentina até o Rio de Janeiro. A família Mugilidae é muito grande, existindo várias espécies espalhadas pelo globo. Andei pesquisando receitas da cozinha italiana e portuguesa, tem muita coisa de dar água na boca.

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