El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Quinta no Tempero Rosa

Quem primeiro me falou do tempero do Traira foi João Palmeiro, músico, compositor e violonista que aprendeu os acordes da Bossa Nova com o próprio João Gilberto, lá por 1960 numa época que o baiano morava no Hotel Majestic e tocava todas as noites no Farolito, um barzinho que ficava em frente ao Cinema Cacique, na Rua da Praia quase esquina com a Caldas Júnior. João Palmeiro é um apreciador de bons vinhos e já tomamos alguns cálices juntos, desde que o fiquei conhecendo alguns meses atrás. Conversamos muito sobre música, festivais daquele tempo, discos que ele gravou ou então sobre Garopaba e suas praias. É um homem da água, tem um caiaque oceânico e, sempre que pode, viaja para Santa Catarina, onde passa os dias remando pelo mar afora.

Toda quinta-feira Ronaldo, o Traira, prepara uma receita especial para o jantar. O lugar é muito bem freqüentado e a clientela vem de longe. Ontem lá estivemos para conhecer tão afamada cozinha. Fui acompanhado de duas belas Engenheiras Agrônomas, nesta nova investigação gastronômica. No Menu do dia havia dois tipos de lasanha, uma à bolonhesa e a outra aos quatro queijos. Muito saborosas, são anunciadas com o toque de um pequeno sino de bronze, toda vez que saem do forno, e colocadas sobre uma bancada rústica de madeira, todos podem se servir calmamente, sem atropelos. Algumas travessas com verduras diversas ficam ao lado, junto com azeites de boa procedência, vinagre e aceto balsâmico.

Para acompanhar, pedimos uma garrafa do Quinta Ribeiro de Mattos, Cabernet Sauvignon, safra 2005, que ocupa lugar de destaque entre os vinhos da casa. Creio que foi o suficiente para nós três e assim não excedemos a medida recomendada para maiores de 40 anos, por médicos de coração e alguns cardiologistas mais experientes. Nada mais falamos sobre as recomendações destes profissionais e tratamos de aproveitar a noite naquele ambiente acolhedor.

A decoração é do próprio dono, que possui uma oficina e pequena marcenaria no fundo do terreno, onde recupera as peças expostas. São estribos, tralhas de montaria, freios e bridons, diversas ferragens antigas e algumas gravuras com temas gauchescos. Diversas vezes Traira veio a nossa mesa e foi contando sobre o funcionamento da casa. Já tem dez anos, clientela cativa que aprecia a boa comida. São poucas mesas no salão principal com lugar para 30 pessoas talvez. Existe também uma área reservada com churrasqueira para realização de eventos. Parece que todo mundo se conhece de algum lugar, pois todos se cumprimentam ao entrar ou sair. O Tempero Rosa fica na Rua Visconde do Rio Branco, próximo da esquina com a Cristóvão Colombo, no tradicional bairro da Floresta.

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