El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

1001 vinhos que não tomei

O homem permaneceu quieto durante quase toda a noite, provava todos os vinhos silenciosamente sem nada dizer, e parecia profundamente perturbado por algum estranho tormento da alma. Somente ao final do jantar, quando todos ainda conversavam animadamente e saboreavam uma última rodada de licor de butiá, foi que notei alguma alteração em seu comportamento. Subitamente começou a sorrir e passou a elogiar os vinhos servidos, a escolha dos pratos, o cozinheiro famoso especialmente convidado, a beleza da dona da casa, os vasos de orquídeas na varanda, a vista de toda cidade iluminada e o prazer de estar reunido, novamente, com verdadeiros e queridos amigos.

Havia completado 60 anos recentemente e tinha recebido de presente um livro com uma lista incompleta, uma relação de vinhos que deveria tomar antes de morrer. Examinando suas páginas ficou desanimado, e nos revelou não haver encontrado nenhum vinho sequer, que tivesse provado em sua longa e atribulada existência. Caiu em profunda depressão e começou a beber alem da conta. Restava-lhe pouco tempo, falou isto em tom de lamento...

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