Descobri a fórmula secreta, agora ficará mais fácil identificar este aroma tão instigante. Estava escondida no fundo de uma caixa de chá que ganhei de presente no último natal. Segue a composição para que todos possam conferir.
Ingredientes:
hibisco (Hibiscus sabdariffa L.) - flores
maça (Pyrus malus L.) – frutos
chicória (Chicorium intibus L.) – raízes
groselha negra (Ribes nigrum L.) – frutos
rosa silvestre (Rosa canina L.) – frutos
mirtilo (Vaccinium myrtillus L.) – frutos
aromatizantes
Imagino que, para alguns puristas, parecerá um atentado botânico a inclusão de raízes de chicória em “Frutas do Bosque”, mas é assim mesmo, e esta mistura cuidadosamente balanceada consegue um equilíbrio perfeito entre todos seus componentes. O resultado é uma infusão de coloração vermelha, puxando um pouco para o rosado, extremamente vivaz, e intensamente brilhante. Agitando-se o líquido, percebemos uma viscosidade incomum, que pode ser confirmada vertendo algumas colheres do alto sobre a xícara. Fiquei com a impressão que os aromatizantes mencionados foram adicionados juntos com algum tipo de goma, pois ao final me parecia estar tomando gelatina líquida. Acredito que possa ter sido mais uma descoberta acidental, com tantas que já aconteceram na produção de alimentos, desde os mais remotos tempos até os dias de hoje. Alguma falha na preparação da linha de empacotamento, algum resíduo de gelatina na caixa de alimentação, uma mistura não programada, algo que foi detectado durante o processo e transformado em novo produto.
Há muito tempo desconfio que certos descritores aromáticos estão sendo tomados emprestados da química da indústria de alimentos. É o caso também de “Frutas Vermelhas”, que aparece no rótulo de diversos tipos de bebidas lácteas, iogurtes, sobremesas prontas e mesmo em alguns achocolatados instantâneos.
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