Lágrimas. Prefiro sempre utilizar um cálice de grande volume para observá-las. Completo, com um pouco de vinho, o fundo da taça e faço-a girar rapidamente, logo elas devem aparecer, formando fios transparentes, que escorrem pela parede do cristal.
Revelam o conteúdo em álcool, glicerol e açúcar. Podem ser verdadeiras ou não. Podem ser naturais, espontâneas ou então produzidas.
Há quem consiga enxergar pernas em lugar de lágrimas, neste caso, são descritas com outros contornos, pernas do vinho, costuma-se dizer. Podem ser longas, sinuosas, formando arcos sensuais. Podem deslizar com suave aderência e viscosidade ou desaparecer imediatamente sem marcas deixar. Podem ser firmes, espessas, marcantes e generosas, ou então esguias, elegantes, magras e com traços bem definidos. Indicam, antecipadamente, qualidade e estilo, nos grandes vinhos elas se mostram com muita evidência.
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