El vino da brillantez a las campiñas, exalta los corazones, enciende las pupilas y enseña a los pies la danza. José Ortega y Gasset (1883-1955).

sábado, 17 de abril de 2010

Minha professora de tango tem 80 anos

80 anos tem esta minha maestra e, quando vim ao mundo, ela já estava brilhando nos palcos e salões da cidade. Nascida uruguaia cresceu num arrabalde de Montevidéu e muito cedo mudou-se para Porto Alegre. Grande talento, logo encontrou trabalho, cantava em boates e restaurantes do centro. Juntou dinheiro e montou casas noturnas que marcaram época, trouxe grandes instrumentistas, músicos em fuga naqueles tempos de chumbo, muitos seguiram carreira no Brasil, outros voltaram, desapareceram ou foram sumidos. Assim como ganhou, perdeu muito dinheiro, ficou pobre, foi traída e abandonada como nas letras das grandes composições, quebrou diversas vezes, mas nunca, nunca parou de cantar:
- “Yo si no canto, no vivo. Necesito cantar para vivir” - escutei-a falando noutra volta dessas.
- “Si yo conozco a Lupi, si yo lo conoci? Caracoles, como me puedes preguntar una cosa desas”- foi a resposta indignada que ouvi. Conhece todo mundo, é a memória viva da música da noite. Hoje, não tem mais sua casa, canta em diversos lugares e sempre acompanhada de excelentes músicos: Professor Darci Alves no Bar Parangolé do seu Cláudio da Lima e Silva, com Antonio Moreno, seu dedicado filho, no Restaurante Porto do Magalhães da André da Rocha, com Sil Farney, com Rafael Koller do bandoneon ou com quem mais souber, ou tiver fôlego e cancha para acompanha-la.
Nina Moreno assim se chama, este é o seu nome. Anda faceira ela, recebeu cidadania brasileira depois de muito tempo, um reconhecimento justo e uma alegria para todos nós que admiramos sua música.
Um beijo guria!

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